Sabes que te amo... sei que tu me amas
com a mesma febre da paixão incontida.
E, no entanto, nunca tu me chamas,
nem eu te chamo para minha vida...
Nada fizemos... este sentimento nasceu
qual semente num desvão.
Assim cresceu e deu este
fruto amargo que é a paixão.
E desse amargo fruto eu me alimento
na solidão cruenta da saudade.
Ah, se eu pudesse, ao menos um momento,
saciar de nosso amor essa ansiedade!
Destino ingrato o nosso: de castelos
delineados no areal dos sonhos.
Nós somos dois caminhos paralelos
seguindo a um mesmo fim... negro e medonho...
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