Na vida que em geral levamos há muito pouca
solidão.
Mesmo quando estamos sós, nossa vida está tão
repleta de
influências, de conhecimentos, de memórias e
experiências, de ansiedade, aflição e conflito,
que
nossa mente se torna cada vez mais embotada e
insensível, funcionando numa monótona rotina.
Estamos
sós, alguma vez? Ou estamos transportando
conosco todas
as cargas do passado?
Conta-se uma história interessante de dois monges
que, caminhando de uma aldeia para outra,
encontraram
uma jovem sentada à margem de um rio, a chorar.
Um dos
monges dirigiu-se a ela, dizendo: "Irmã, por que
choras?". E ela respondeu: "Estás vendo aquela
casa do
outro lado do rio? Eu vim para este lado hoje de
manhã e
não tive dificuldade em vadear o rio; mas agora
ele
engrossou e não posso voltar; não há nenhum
barco. "Oh!
- disse o monge -, "isto não é problema" - e
levantou
nos braços a jovem e atravessou o rio,
deixando-a na
outra margem. Em seguida, os dois monges
prosseguiram
juntos a viagem. Passadas algumas horas, disse o
outro
monge: "Irmão, nós fizemos o voto de nunca tocar
numa
mulher. O que fizestes é um horrível pecado. Não
sentiste prazer, uma sensação extraordinária, ao
tocar
uma mulher?"
E o outro monge
respondeu:
- "Eu a
deixei para
trás há duas horas. Mas tu ainda a estás
carregando, não
é verdade?"
Fonte:
Almanaque do Pensamento |
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